Resumo
Ao longo do século XX, parte da produção historiográfica brasileira, de modo geral, afirmou que as manufaturas do Brasil colônia eram meros acessórios da produção de gêneros tropicais, sem grande importância para a economia do Reino. No entanto, como propomos neste artigo, a questão manufatureira começou a fazer parte das preocupações econômicas do Império português, sobretudo no momento em que se iniciaram as reformas na economia respaldadas pela ciência ilustrada. A maior evidencia dessas transformações são notadas na intenção de se produzir salitre e ferro no Brasil em quantidades industriais entre 1780 e 1808. D. Rodrigo de Sousa Coutinho e os intelectuais que estavam sob sua órbita tomaram a dianteira na aplicação dessas intenções, como analisamos na documentação disposta no Conselho Ultramarino e no Arquivo Público Mineiro. Embora muitas dessas manufaturas não tenham passado dos planos teóricos, elas acabaram serem estudadas e propostas por naturalistas, a exemplo de José Vieira Couto e José de Sá Bittencourt e Accioli.