Resumo
O mito da democracia racial se esforça constantemente para ocultar na nossa memória as tensões e as hierarquias raciais. No caso deste artigo, debato como isso afeta a historiografia, sobretudo as da economia e dos mundos do trabalho. Portanto, numa crítica à ausência da experiência negra nas preocupações dos acadêmicos, proponho neste ensaio pensar caminhos teórico-metodológicos para refletirmos sobre o racismo como organizador de oportunidades e desumanizações na disciplina do trabalho fabril no Rio de Janeiro. No entanto, também interpreto atitudes tomadas pela experiência negra como conscientes de percepção e luta contra as imposições da branquitude.