Resumo
Consta como proposta deste artigo o debate sobre a dinâmica das relações imperialistas ao longo do século XX, entendendo que as transformações processadas no interior do modo capitalista de produção tornaram possível a existência de um novo imperialismo. Além disso, busca-se relacionar a política imperialista dos Estados Unidos e a dependência econômica nos países de economia periférica. A partir de exaustiva revisão bibliográfica, fundamentada pela perspectiva materialista histórico-dialética, o presente estudo aplica os conceitos gramscianos de Estado e Hegemonia para analisar a política externa dos Estados Unidos, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial. Por essa via, a concepção de novo imperialismo, expressa pelo geógrafo britânico David Harvey, complementa e reforça a tese de que o poder global norte-americano se estruturou não somente pela coerção, mas especialmente pela direção intelectual e moral, isto é, pela influência cultural e ideológica. Por último, enfatiza-se o argumento de que a consolidação deste poder hegemônico está intimamente ligada ao processo de acirramento da dependência econômica das chamadas economias periféricas.